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Há bastante tempo, exames de imagem estão disponíveis para serem laudados à distância, firmando a ciência do telediagnóstico. O exame de eletroneuromiografia, baseado em imagens gráficas, tem potencial suficiente para seguir na mesma vertente. Neste website delineamos tópicos relacionados, como o mercado, o método e os aspectos legais da Tele.Eletroneuro.
Tele.eletroneuro é a denominação do projeto criado pela Radiplan para disponibilizar o exame de eletroneuromiografia à distância, explorando recursos da telemedicina.
Eletroneuromiografia é um exame complementar utilizado por profissionais da saúde para diagnosticar doenças dos nervos e músculos.
Na nomenclatura internacional, o exame é conhecido pela combinação entre eletromiografia (com eletrodo de agulha, invasivo) e o estudo das velocidades de condução nervosa (com eletrodos de superfície, não invasivo) e denominado EMG and Nerve Conduction Studies.
Sua grande contribuição clínica se dá na detecção de injúria sobre determinado nervo, tornando possível eliminá-la.
Tubos de imagem, amplificadores e os diversos equipamentos auxiliares extraordinariamente robustos impediam a mobilidade do exame, fazendo com que os atendimentos a pacientes fossem concentrados em laboratórios ou hospitais de grandes centros urbanos.
Com o avanço da tecnologia da computação, da conversão analógico-digital e a da conexão USB, hoje em dia há equipamentos que cabem na palma da mão e podem ser acoplados a um notebook.
Tele.Eletroneuro é o conjunto formado entre:
realizado por técnico(a) com treinamento específico, de maneira não-invasiva.
para plataforma de telemedicina.
por médico(a) qualificado, tornando possível diagnosticar um conjunto de síndromes compressivas dos membros superiores e inferiores.
A síndrome do túnel do carpo tem uma incidência de 1 a 3 pessoas por 1.000 pessoas por ano, com uma prevalência de 50 por 1.000.
O comprometimento do nervo mediano no segmento intratúnel provoca dor intermitente, causando o despertar excessivo durante a noite, podendo determinar danos irreversíveis ao nervo e perda grave da função da mão se não tratada.
No Brasil, país onde há grande prevalência do uso laboral das mãos acompanhada de esforço – ou mesmo sem esforço, porém de maneira repetitiva –, o diagnóstico da síndrome do túnel do carpo pela Tele.Eletroneuro se tornará uma maneira importante para prevenir ou reduzir sua morbidade.
Novos métodos minimamente invasivos de abordagem endoscópica do túnel do carpo estão sendo implementados em países de todo o mundo, o que exigirá disponibilização e precisão dos meios de diagnóstico.
Observa-se, no Brasil, tendência crescente para o agrupamento dos exames de imagens em clínicas radiológicas localizadas em cidades de médio porte.
Há a previsão de que elas também vão utilizar o formato DICOM para os exames de eletroneuromiografia – em sintonia com a já tradicional dicomização dos métodos de imagem –, o que aumentará o número de clínicas que oferecem exames de imagem juntamente com os de eletroneuromiografia.
O Ministério da Saúde adotou posição semelhante ao
criar as Policlínicas Regionais de Saúde, unidades especializadas para a realização de exames gráficos e de imagem com fins diagnósticos, além da oferta de serviços de consultas clínicas com médicos de diferentes especialidades e a realização de pequenos procedimentos.
Desenha-se, aqui, um mercado a ser explorado pela Tele.Eletroneuro, uma vez que poderá haver insuficiência de profissionais qualificados para laudarem os exames de eletroneuromiografia.
Para pessoas residindo em localidades distantes, a Tele.Eletroneuro permitirá diagnosticar a síndrome do túnel do carpo, o aprisionamento do nervo ulnar no cotovelo, a síndrome do desfiladeiro torácico e as radiculopatias cervicais; do túnel do tarso, do fibular e da compressão de raízes nervosas lombossacras.
São patologias que se ajustam à serem confirmadas pelo exame da neurocondução remota. Além disso, uma vez que nestes casos há a possibilidade potencial de tratamento cirúrgico, que na maioria dos casos é resolutiva, trata-se do estudo preferencial pela comunidade dos ortopedistas e neurocirurgiões.
O exame também é solicitado pelos médicos clínicos, neurologistas, reumatologistas, pelos profissionais da fisioterapia e reabilitação. Na saúde pública, é buscado por profissionais que trabalham nos postos de saúde, CAIS, Policlínicas Regionais de Saúde e Pronto-atendimentos.
Outro aspecto importante é que a eletroneuro é capaz de detectar a polineuropatia periférica – tanto em sua forma subaguda como a forma crônica, decorrente da associação com a síndrome metabólica, o diabete melito e o hipotireoidismo.
De acordo com o instituto de pesquisas Modor Intelligence, estima-se que o contingente de pessoas com polineuropatia crescerá 9% a.o. no período 2023-2032. O aumento da prevalência da síndrome metabólica e do diabete melito são os responsáveis pelo crescimento da neuropatia.
Como se trata de condição parcialmente reversível uma vez adotados estilos de vida mais saudáveis e pelo uso de medicamentos que reduzem a dor neuropática, impõe-se o diagnóstico desta enfermidade em pessoas que não podem deslocar-se para grandes centros médicos.
Historicamente, o exame de eletroneuromiografia é realizado de maneira presencial, porém Simmons e colaboradores da Universidade da Carolina do Leste, em 2007, foram os primeiros a realizar testes de viabilidade do exame utilizando recursos da telemedicina.
Com a pandemia do coronavírus e o lockdown que se seguiu, muitos pacientes ficaram impossibilitados de deslocar-se para realizar o exame.
Na Índia, país que se sobressaiu pelo o uso dos recursos da telemedicina, um paciente com a hipótese clínica de polineuropatia desmielinizante estabelecida em consulta virtual precisou deslocar-se para um grande centro a fim de confirmar o diagnóstico pelo exame de eletroneuromiografia presencial e iniciar o tratamento.
A base para o diagnóstico desta enfermidade é a redução global das velocidades de condução nervosa, aspecto que pode ser evidenciado sem maior dificuldade pela Tele.Eletroneuro.
Os efeitos da pandemia no Brasil mobilizaram o Conselho Federal de Medicina que estabeleceu, através da Resolução CFM nº 2.314/2022, que a telemedicina é o exercício da medicina mediado por tecnologias digitais, podendo ser realizada em tempo real on-line (síncrona), ou off-line (assíncrona), destacando que a emissão de laudo ou parecer de exames, por meio de gráficos, imagens e dados enviados pela internet também passa a ser permitida e é definida como telediagnóstico.
Um aspecto ético importante é que o paciente deverá ser informado que estará realizando um exame especializado pela coleta das imagens pelo técnico(a) do exame, cujo resultado será fornecido pelo(a) médico à distância.
A Radiplan é uma clínica focada em exames de imagem e de eletroneuromiografia. Possui know-how na aquisição das imagens por técnico treinado; e também na interpretação e elaboração de laudos à distância por médico qualificado.
A partir de 2023 disponibilizará o projeto Tele.Eletroneuro, já dispondo do material de apoio para o treinamento dos profissionais técnicos(a); do convênio com a plataforma de serviços de telemedicina; e do especialista para interpretar e laudar à distância.
Entre em contato para saber mais e receba uma cópia em PDF de “O papel da Eletromiografia nas Síndromes Compressivas do Membro Superior“, por Martin Portner, capítulo 5 do livro de Edie Caetano e Osvandré Lech (2016).
